Palavra após palavra, gestos após gestos,
gasto horizontes em futuros já passados,
como se o tempo fosse uma folha espezinhada,
lida e relida, escrita e apagada vezes incontáveis..
Olho-me sem me ver e constato a evidência
desta forma incompreensível de sustentar a ausência...
Procuro alguma sombra, um vulto, um aceno,
ou apenas uma ilusão capaz de me adiar um pouco mais...
Receio que este seja o meu último pântano,
relembrando oceanos infinitos onde naufragar...
Barão de Campos