Entre pensamentos, rostos e lugares,
encontrarás e escutarás vezes sem conta,
silhuetas, vozes, memórias de um tempo
que se cansou da espera nunca esperada...
Inventávamos um tempo sem tempo
entre dois espaços separados por alguma coisa
que se travestia de eternidade...
Vazios os teus olhos olham, distantes,
aqueles pequenos e imensos nadas,
que sabiam a tudo...
Lugares onde as mãos falavam, sussurravam,
por vezes choravam...
Longe, os horizontes parecem clamar
por um novo abraço...
Entre a neblina dos caminhos,
nascem formas perdidas,
ouvem-se canções, melodias, lamentos, múrmurios...
Indiferentes, as noites dobram-se,
as árvores espreguiçam-se e entre uma lágrima
e um sorriso, a lua preenche a invisibilidade dos nossos lábios...
Na magia dos lugares sem nome,
pairam os nossos fantasmas,
entrelaçadas numa dança eterna...
Húmidos, os bosques, pululam de vida,
longínquos, os sons das fadas e dos gnomos,
misturam-se com vestígios da presença ausente
dos nossos corpos...
Na memória dos ventos, ondulam as últimas palavras,
espelhos do tempo, molduras com imagens serpenteando,
opacas, nubladas, encarceradas...
Algures, estamos nós...
Barão de Campos