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Onde estiveres...


Entre pensamentos, rostos e lugares,

encontrarás e escutarás vezes sem conta,

silhuetas, vozes, memórias de um tempo

que se cansou da espera nunca esperada...

Inventávamos um tempo sem tempo

entre dois espaços separados por alguma coisa

que se travestia de eternidade...

Vazios os teus olhos olham, distantes,

aqueles pequenos e imensos nadas,

que sabiam a tudo...

Lugares onde as mãos falavam, sussurravam,

por vezes choravam...

Longe, os horizontes parecem clamar

por um novo abraço...

Entre a neblina dos caminhos,

nascem formas perdidas,

ouvem-se canções, melodias, lamentos, múrmurios...

Indiferentes, as noites dobram-se,

as árvores espreguiçam-se e entre uma lágrima

e um sorriso, a lua preenche a invisibilidade dos nossos lábios...

Na magia dos lugares sem nome,

pairam os nossos fantasmas,

entrelaçadas numa dança eterna...

Húmidos, os bosques, pululam de vida,

longínquos, os sons das fadas e dos gnomos,

misturam-se com vestígios da presença ausente

dos nossos corpos...

Na memória dos ventos, ondulam as últimas palavras,

espelhos do tempo, molduras com imagens serpenteando,

opacas, nubladas, encarceradas...

Algures, estamos nós...
Barão de Campos

2 comentários:

  1. Lindo o seu poema e sobretudo a sensibilidade demonstrada ao tratar o tema.
    Parabéns.
    Um abraço

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  2. Este peoam não é exclusivo do poeta! Foi, enquanto o escreveu. Agora é de quem o lê e sente o seu alcance.


    Lisa

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